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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Consultório de Rua atende usuários de drogas em situação de vulnerabilidade social.

O grupo promove uma rotina de atividades e intervenções psicossociais e educativas na rua, junto aos usuários de drogas
   
São Bernardo do Campo conta desde outubro de 2010 com o Consultório de Rua, projeto implementado pela Prefeitura como parte do Plano Emergencial de Ampliação do Acesso aos Usuários de Álcool e outras Drogas (PEAD). A iniciativa consiste em uma equipe volante, constituída por quatro redutores de danos, sob o comando do coordenador Davi Benetti, do Programa de Redução de Danos e do projeto Consultório de Rua, da Divisão de Saúde Mental da Secretaria de Saúde.  
Instalado nas dependências do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Álcool e Drogas adulto 24 horas, localizado na Rua Pedro Jacobucci, 470, Vila Euclides, o Consultório de Rua é uma estratégia de ampliação do acolhimento e acesso para usuários de drogas em situação de vulnerabilidade social.
O grupo promove uma rotina de atividades e intervenções psicossociais e educativas na rua junto aos usuários de drogas, e conta com insumos para tratamento de situações clínicas comuns, além de preservativos, cartilhas e medicamentos de uso mais frequente. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania, existe cerca de 300 moradores em situação de rua em São Bernardo. 
 O consultório consiste em uma unidade móvel, no caso de São Bernardo uma Van com capacidade para transportar até 20 pessoas. De acordo com o coordenador Davi Benetti, neste primeiro momento a equipe deve promover a capacitação de agentes de saúde e agentes comunitários em seis regiões da cidade, entre a área central, Ferrazópolis, Farina e Jardim Represa.
"Esses agentes são importantes porque são eles que irão nos ajudar a delimitar os locais na comunidade onde nossa atuação será mais eficaz, como praças, jardins ou mesmo quadras, além de definir qual será o perfil do público que iremos atender em cada território, bem como suas reais necessidades. O Consultório de Rua compõe a rede de equipamentos de saúde do município e providenciará, sempre que necessário, o encaminhamento das pessoas com agravos que necessitam de exames e consultas com especialistas para as unidades de saúde", explica.
Ele ressalta que geralmente estas pessoas têm dificuldade de acesso aos serviços de saúde e, por viverem situações de extrema vulnerabilidade, apresentam risco elevado em relação aos problemas de saúde. Segundo o coordenador, a característica mais importante desta intervenção é oferecer cuidados no próprio espaço da rua, preservando o respeito ao contexto sócio-cultural da população. A proposta tem também como eixo a promoção de direitos humanos e a inclusão social, além de ampliar as estratégias de redução de danos.
Estabelecido o vínculo, o Consultório de Rua pode encaminhar as pessoas a uma equipe de Saúde da Família que atenda nas proximidades do local ou, dependendo do caso, ao Caps ou ao Caps-AD, para que recebam o apoio adequado.
Para o jovem K.K., de 16 anos, usuário de drogas e álcool desde criança, encaminhado ao Caps AD após uma forte crise, o apoio da equipe tem sido fundamental na sua reabilitação. "Já estive internado aqui outras vezes e agora me sinto bem melhor. Recebo visita da minha família, que sempre me ajudou muito, e estou aprendendo a fazer grafite e ocupar a mente. Quando sair daqui, pretendo voltar a estudar e, futuramente, cursar uma faculdade de enfermagem", comenta o adolescente, que interrompeu os estudos na 5ª série. K.K. também sofre de problemas neurológicos desde a infância e atribui principalmente às más companhias do passado a influência para o ingresso no vício.
Projeto de Lei - A partir de fevereiro, a cidade também contará com um Conselho Municipal de Prevenção e Atenção às Pessoas em Uso Abusivo de Álcool e Outras Drogas. A entidade terá, entre outras, as seguintes atribuições: formular o Plano Intersetorial de Apoio às Ações de Prevenção, Promoção, Assistência e Reabilitação de Pessoas em Uso Abusivo de Álcool e Drogas; estimular a participação dos componentes do Conselho e da sociedade civil na implementação do Plano Intersetorial; e acompanhar e avaliar as ações integradas a serem implantadas pela Secretaria de Saúde, que deverão se orientar pela prevenção do uso abusivo de álcool e drogas e o tratamento e a reinserção social dos usuários.

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